quinta-feira, 21 de abril de 2011



Eu não tenho medo daquilo que vejo. Tenho medo daquilo que não vejo, de todas as coisas que estão por detrás dos panos, atrás de uma esquina, dentro de um olhar, numa alma, numa casa, num abraço, num beijo, numa lágrima, num cinema, dentro de uma cama, atrás de uma roupa bonita, numa conversa, num sorriso. Tenho medo daquilo que tu não mostras. Daquilo que não dizes em voz alta. Tenho medo dos segredos, quando por momentos ficamos lúcidos e escrevemos aquilo que sentimos, dos olhares indescretos que se fazem na rua. Tenho medo das fotografias que se escondem num álbum quando temos medo de dizer que esse momento foi realmente importante. De quando a palavra amor se associa á pessoa errada. Das mentiras, de todas as coisas que estão escondidas.

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